Doação de terreno para Universidade Federal da Fronteira Sul será realizada na sexta-feira

Nilso Folle, proprietário do terreno que será sede da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), doa oficialmente a área para a Prefeitura de Chapecó nesta sexta-feira, 14 de agosto. A solenidade de doação será realizada às 9h, na Prefeitura de Chapecó.

Inicialmente a propriedade será repassada para a Prefeitura de Chapecó, que se responsabilizará por assegurar infraestrutura de acesso, luz, água e rede de fibra ótica, entre outros serviços. Depois o terreno será doado para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tutora da nova universidade.

Nesse processo de implantação a UFSC deverá cumprir dois compromissos básicos: repassar a área para a Universidade Federal da Fronteira Sul, assim que a lei de criação estiver sancionada pelo presidente Lula, e ajudar a instalar no terreno, no prazo de três anos, a reitoria da nova universidade.

O terreno de 916 milhões de metros quadrados (9.160 hectares) é localizado próximo à saída de Chapecó para a cidade de Guatambu. A sul a área faz divisa com a Aurora, Cooperativa do Oeste de Santa Catarina.

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) deve começar a funcionar em 2010. A comissão responsável pela implantação da nova instituição é presidida pelo professor Dilvo Ristoff, tendo como vice-presidente a professora Bernadete Limongi, ambos da UFSC.

A UFFS terá sede em Chapecó e, segundo o MEC, beneficiará cerca de 3,7 milhões de habitantes da meso-região da grande fronteira do Mercosul, que compreende o norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina e o sudoeste do Paraná. A instituição terá extensões com unidades nos municípios de Erechim e Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, e em Laranjeiras do Sul e Realeza, no Paraná. A implantação dos cinco campi conta com o apoio das prefeituras dos municípios-sede, que assumiram a responsabilidade de doar os terrenos onde as futuras instalações físicas serão construídas.

Embora ricas na produção agroindustrial, as áreas cobertas pelos cinco pólos da nova universidade têm sérios problemas de distribuição de renda e sempre foram desassistidas no campo da educação – nunca houve ali uma universidade federal gratuita. “A política do governo Lula vem priorizando a expansão do ensino federal público, tanto que 100 novos campi em todo o país estão interiorizando o acesso e abrindo novas alternativas de formação em áreas hoje dominadas por instituições estaduais, comunitárias e privadas”, explica Dilvo Ristoff. Segundo ele, o Plano Nacional de Educação quer elevar de 30% para 40%, até 2011, a participação das instituições públicas no total das matrículas no ensino superior no Brasil.

A UFFS é uma das quatro grandes universidades consideradas estratégicas nesse processo de expansão e interiorização do ensino federal público – as outras são a Universidade da Integração Latino-americana, a Universidade da Integração Luso-afro-brasileira e a Universidade da Integração Amazônica.

O planejamento prevê a criação de 36 cursos para atender a cerca de 10 mil estudantes de graduação, mestrado e doutorado. Uma preocupação da comissão de implantação é com a criação de cursos voltados para as vocações regionais, concentradas na produção agroindustrial e agropecuária e na geração de energia. A perspectiva é de que dentro dessas grandes áreas sejam criadas opções como Agronomia (com ênfase em agroecologia), Engenharia Ambiental e Energias Renováveis, Aqüicultura e Medicina Veterinária.

“Durante os últimos anos discutimos bastante com o Ministério da Educação, as lideranças locais e os movimentos sociais para que fossem levadas em conta as necessidades regionais, que são bastante específicas”, diz Ristoff. Também a área das licenciaturas, visando à formação de professores, foi contemplada, atendendo a outra demanda detectada nessas regiões. Enfermagem, Nutrição e Ciências da Computação fecham a lista de cursos que serão oferecidos pela UFFS.

Além de Dilvo Ristoff e Bernadete Limongi, compõem a comissão de instalação o professor Gelson Luiz Albuquerque (UFSC); Antônio Diomário de Queiroz, presidente da Fapesc; Ricardo Rossatto, da Faculdade Luterana de Santa Maria (RS); Conceição Paludo, da Universidade Federal de Pelotas (RS); Paulo Alves Lima, da Unicit (SP); Antônio Inácio Andreolli, da Universidade de Ijuí (RS); Solange Maria Alves, da UnoChapecó; Marco Aurélio Souza Brito, representando o MEC; e João Carlos de Souza, da Capes.

Uma das definições já tomadas é que o processo seletivo dos 2.160 estudantes que vão entrar na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em março de 2010 será realizado em duas partes: pelo resultado da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e pela categoria administrativa da escola de origem do aluno de ensino médio. Na composição final da nota do candidato, o resultado do Enem terá peso 70 e os anos de ensino médio público peso 30. Ou seja, o critério por mérito será integralmente definido pelo Enem, havendo uma bonificação para cada ano que o candidato estudou no ensino médio público (3 anos=30 pontos; 2 anos=20 pontos e 1 ano=10 pontos).

agosto 13, 2009   Publicado em: Notícias