Arquitetos visitam campi em Chapecó, Laranjeiras do Sul e Realeza
Florianópolis – Dos dias 27 a 30 de outubro os arquitetos Antônio Carlos da Silva, Francisco Alexandro Sommer Martins e Raul Pargendler visitaram os terrenos onde serão construídos os campi da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) em Chapecó (SC), sede da nova instituição, e em Realeza e Laranjeiras (PR). O objetivo das inspeções foi verificar as condições dos terrenos (altitude, relevo, vegetação, cursos d’água, orientação solar, áreas de preservação permanente e redes públicas) e o andamento dos levantamentos topográficos, que fornecerão medições altimétricas e planimétricas precisas. Com base nessas informações será elaborado o projeto do plano físico dos campi. A previsão é de que as vistorias em Cerro Largo e Erechim (RS) sejam realizadas até o dia 6 de novembro.
Até a próxima semana, devem ser encaminhados ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) os projetos arquitetônicos dos prédios – chamados pioneiros – para a liberação de recursos para as obras nos cinco campi. O presidente da Comissão de Licitação e diretor de Administração, Paulo Roberto Pinto da Luz, esteve no MEC, no dia 27 de outubro. Ele afirmou que os R$ 10 milhões para a estrutura de concreto dos prédios estão garantidos. “A previsão é de abrir licitação em dezembro e iniciar as construções nos primeiros meses de 2010.” Os projetos complementares (instalações eletroeletrônica, hidrossanitária, arcondicionado e gás) serão enviados posteriormente.
Para o campus de Chapecó, o edital para tomada de preços para escolha da empresa responsável pela edificação dos quatro prédios de ocupação provisória foi publicado no Diário Oficial do dia 27 de outubro. Por ser a sede da UFFS e oferecer maior número de cursos (11), o campus contará com cinco edificações. No pioneiro, funcionarão basicamente as salas de aula e laboratórios; nos quatro pavilhões, a reitoria, biblioteca, centro de convivência, cantina e sala de imprensa.
Até agora, só o levantamento topográfico de Realeza foi concluído pela prefeitura na área localizada na PR-182, a sete quilômetros do Centro da cidade. O arquiteto Antônio Carlos da Silva afirmou que, em Chapecó, o próprio doador do terreno, o empresário Nilso Folle, se responsabilizou pelo trabalho, que está em fase de conclusão. O campus funcionará em área na SC-459, no quilômetro 2, próxima ao município de Guatambu. Em Laranjeiras do Sul, o prefeito, Berto Silva, prometeu entregar o levantamento topográfico em 20 dias. Uma empresa contratada realizará o estudo do terreno localizado na BR-158, a 10 quilômetros do Centro da cidade. Cada uma das áreas tem cerca de 1 milhão de metros quadrados.
Os arquitetos também verificaram o aproveitamento das instalações da rede pública de energia, água e esgoto nos campi. Em Realeza, serão utilizados todos os serviços das redes públicas; em Chapecó, água e energia, e nos outros espaços apenas redes de energia.
Foi definida a localização dos prédios pioneiros nas áreas por uma decisão do reitor, Dilvo Ristoff. Mas poderão ocorrer mudanças, depois de finalizados os levantamentos topográficos. O módulo de 4.925,06 metros quadrados, com quatro pavimentos em concreto premoldado, já utilizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tutora da UFFS, no campus de Curitibanos, também será adaptado em função das necessidades dos cursos. O importante, segundo o arquiteto Raul Pargendler, é a concepção de uma universidade moderna, que contemple a integração. “O mesmo prédio abrigará todos os departamentos e os respectivos cursos. A idéia é de uma relação interdisciplinar, de maior interação entre alunos e professores, além de evitar espaços ociosos”, disse.
A implantação física da UFFS é complexa por atender às necessidades de cada campus e prever ampliações futuras, além de mudanças urbanas e culturais nos municípios. O Plano Diretor dos campi, que começará a ser discutido nesta semana, deverá estar integrado ao Plano Diretor dos municípios. “Provavelmente, haverá alteração no zoneamento das áreas dos campi. Deverão passar de rural para de uso institucional. As Câmaras de Vereadores se encarregarão de propor esse novo arranjo”, ressaltou Antônio Carlos.
De acordo com o arquiteto Francisco Alexandro Sommer Martins, o Plano Diretor terá como base o levantamento topográfico e informações acadêmicas como número de cursos, salas de aula e de professores, laboratórios e espaço administrativo. Ele destacou a importância de o plano prever um sistema viário que não interfira na circulação de pedestres. “Os carros devem ficar em um local periférico”, sugere.
Com o funcionamento da UFFS, essas regiões se transformarão em pólo, atraindo moradores e a implantação de serviços, como o de transporte público. Segundo o arquiteto Raul Pargendler, a UFFS promoverá o desenvolvimento regional e a própria localização dos campi favorece esse desafio – as unidades de ensino público superior se localizam entre cidades, facilitando o acesso. “A universidade vai contribuir com a cultura regional, colocando à disposição suas instalações, como os auditórios, para eventos das comunidades.”
Fotos de Israel de Ramos/Imprensa Laranjeiras do Sul | ||
Fotos: Maicon Vargas/Foto Sul Color |
Fotos: Francisco Alexandre Sommer Martins | ||
novembro 4, 2009 Publicado em: Notícias