Alunos fazem história como primeiros matriculados da UFFS
Lilian Simioni
Dia 9 de março de 2010, terça-feira, 8h da manhã. O programa de centenas de futuros acadêmicos foi levantar cedo e chegar ao campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) onde vão estudar.
Nos cinco campi da UFFS, Chapecó (SC), Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Erechim (RS) e Cerro Largo (RS), servidores treinados esperavam pelos alunos, peça que ainda faltava na engrenagem da instituição. Foram verdadeiras forças-tarefas para atender com eficiência e qualidade os alunos das primeiras turmas da UFFS.
A felicidade no rosto dos alunos e nas reações depois da matrícula ficavam expostas. Além de entrar em uma universidade pública e gratuita, os alunos tiveram uma oportunidade única: entrar para a história da UFFS. Confira quem chegou na frente:
Chapecó
A ansiedade foi do pai. No hotel, o despertador tocou às 6h. Por volta de 7h15min, Matheus Balduíno Salkovski Junges, 18 anos, já esperava, com o chimarrão na mão e a companhia do pai Marco Andrá Junges, e a mãe, Maria Salkovski Junges, o início da distribuição de senhas.
O número um do Curso de Ciência da Computação foi também o número um de Chapecó. Matheus é de São Luiz Gonzaga (RS) e começará a estudar na UFFS somente no segundo semestre. Mas a ansiedade é grande, já que gostou da cidade e acredita ter afinidades com o curso escolhido.
Com os documentos revisados várias vezes, Matheus não teve problemas para fazer a matrícula. Foram pouco mais de dez minutos, seguidos da emoção da mãe, que chorou ao falar da importância do acesso do filho na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
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Cerro Largo
Quarenta e cinco minutos antes da abertura dos portões para as matrículas, Andréia Kornowski, 20 anos, chegou ao campus para garantir sua vaga no curso de Licenciatura em Ciências: Química, Física e Biologia. Chegar cedo foi uma forma de extravasar toda a emoção com a conquista da vaga em uma universidade pública e gratuita.
A agora caloura da UFFS, moradora de Guarani das Missões, deixou uma vaga na Universidade Federal de Santa Maria pelo acesso mais fácil e por acreditar que a cidade de Cerro Largo pode crescer com a Universidade.
“Poder fazer uma universidade federal na região significa tudo para mim. Este é o resultado do maior sonho que eu já conquistei até hoje. Vai ser uma grande mudança na minha vida. Espero que a UFFS me dê oportunidade de trabalho, aprendizado e de muito sucesso mais para frente”.
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Erechim
A grande expectativa para a matrícula levou Chaiane Dalvana Matias Ribeiro, 17 anos, bem cedinho para o campus de Erechim. Mesmo conferindo os documentos, restava a dúvida se estava tudo certo, tamanha era o nervosismo. A matrícula foi rápida, tirando a tensão do momento.
Chaiane esperava cursar Pedagogia. A decepção de não ter passado na primeira opção foi vencida pela alegria de ver seu nome na lista da segunda opção: Filosofia.
“Espero que com este curso possa aprender e depois ensinar o que aprendi. Acredito que a UFFS venha trazer desenvolvimento para nossa educação do mesmo modo que tendo uma universidade de graça desperte nos alunos de baixa renda mais vontade de seguir adiante com seus estudos”.
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Realeza
Neiva Cristina Dal Molin, 32 anos, foi a primeira matriculada em Realeza. Chegou assim que pôde para garantir a vaga o quanto antes no curso de Licenciatura em Ciências: Biologia, Física e Química.
A aluna já é professora. Está no fim do curso de Pedagogia, mas estuda à distância. Queria muito fazer um curso presencial. Neiva conta que não esperava passar, mas fez o Enen, se inscreveu no processo seletivo e conseguiu a vaga na UFFS.
“Acredito que a UFFS vai mudar muito a cidade. Espero que cada vez tenhamos mais cursos e mais alunos”. Para Neiva, agora, resta a expectativa para o início das aulas. “Estou bastante ansiosa”.
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Laranjeiras do Sul
Eloir Faria de Paula, 36 anos, inaugurou as fichas de matrículas em Laranjeiras do Sul. O primeiro aluno do campus é do curso de Aquicultura.
No dia 9, chegou faltando dez minutos para a abertura das matrículas. Dois calouros estavam antes dele. Porém, como faltaram documentos aos outros dois alunos, Eloir foi o primeiro a se matricular.
Com dois cursos superiores não concluídos, Eloir espera se formar em Aquicultura. Para ele, o que mais o chamou atenção é que sobram programas federais, mas faltam projetos para o desenvolvimento da área. “Espero que o curso atenda a demanda social e da área da Aquicultura na região”.
Eloir acredita que para a cidade também será ótima a abertura da UFFS, criando possibilidades de melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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março 15, 2010
Publicado em: Notícias