Seminário Integrado aborda meio ambiente e universidades brasileiras

Chapecó – O Seminário Integrado de Pesquisa reuniu, na manhã de terça-feira (17), um público um tanto heterogêneo para acompanhar as duas exposições previstas no evento promovido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC) e Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Com o tema “Química ambiental para um desenvolvimento sustentável”, falou o professor doutor de origem marroquina Mohamed Hamdani. Em seguida a professora doutora da Unisul, Maria da Graça Nobrega Bollmann, fez várias considerações que giraram em torno de “O Ethos da universidade no contexto da globalização: um debate sobre a produção do conhecimento, a concepção de universidade e seus rebatimentos na sociedade”. As explanações foram acompanhadas por estudantes da UFFS, servidores do IF-SC, unidade de Chapecó, e por professores e pró-reitores da UFFS.

O professor da Faculdade de Ciências da Universidade Ibn Zohr, do Marrocos, iniciou falando um pouco da instituição de origem e do trabalho de pesquisa com o tema da contaminação da água, solo e ar por determinadas substâncias químicas. O professor Mohamed Hamdani transmitiu aos presentes uma realidade encontrada no Marrocos bem diversa da encontrada no Brasil, pelo menos por enquanto: a pouca oferta de água e a alta salinização do solo. Diante desta situação, o grande desafio na atualidade para o país situado no Noroeste do continente africano é a reutilização da água afetada pela contaminação do solo. Hamdani explicou que no momento o método utilizado para purificação da água é o da adição de raios de luz. Em seguida mostrou as formas como o método está sendo aplicado, um deles com a utilização de coletores de alta concentração solar.

“A universidade tem obrigação de gerar conhecimento para além do mercado”. Esta foi uma das provocações da professora Maria da Graça Nobrega Bollmann em meio a sua explanação sobre o papel das universidades como instituição autônoma, produtora de conhecimento e indissociável entre as áreas de ensino, pesquisa e extensão. “Só há ensino se vier conjugado com a pesquisa. A pesquisa é importante para a vida das pessoas”, disse. Maria da Graça fez um apanhado de um trabalho de investigação que vem desenvolvendo num programa de mestrado durante os anos de 1996 e 2006. Entre os objetivos do estudo a professora destacou “o contexto histórico da elaboração das políticas para a educação superior e o processo de ressignificação do conceito de universidade no cenário brasileiro”. Entre os aspectos abordados destaque para as reformas educacionais que aconteceram a partir da eleição de Fernando Collor de Melo que, segundo a pesquisadora, “significou uma perda de autonomia universitária, além de abrir a possibilidade de implementação de pesquisas regida por lei específica”. Outro dado levantado refere-se à expansão das universidades privadas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, as quais passaram de 800 em 1998 para 2.400 no ano de 2002. “A expansão foi importante, mas não incluiu as universidades públicas”, avalia Maria da Graça.

Alunos do turno da manhã acompanharam palestras sobre química ambiental e estudo sobre universidades brasileiras

agosto 19, 2010   Publicado em: Notícias