Professor discute dinheiro e justiça em Paris
Chapecó – O professor do curso de Licenciatura em Sociologia do campus Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Christy Ganzert Pato, apresentou, entre os dias 22 e 25 de setembro, dois trabalhos no VI Congrès Marx International, em Paris. Criado em 1995, por iniciativa das Universidades Paris I – Sorbonne, Paris X – Nanterre e pela Revista Actuel Marx, o Congresso, dirigido pelos filósofos
Jacques Bidet e Stéphane Haberocorre, bem como pelo economista Gérard Duménil, ocorre a cada 3 anos, em Paris, congregando 14 áreas do conhecimento, dentre as quais Direito, Economia, Sociologia, Ciência Política, Filosofia e História.
Na Seção Científica de Direito o professor apresentou o trabalho “The Limits to a Marxist Theory of Justice”, no qual ele traça um panorama das principais teorias de justiça de cunho redistributivo e compensatório, notadamente as que remetem à tradição socialista da Europa Ocidental. Mostrando como cada uma dessas teorias se aproxima ou se afasta do liberalismo igualitário, o trabalho também aponta, ao mesmo tempo, os possíveis limites de uma Teoria Marxista de Justiça, dada a dificuldade de se extrair uma teoria normativa de um campo de conhecimento essencialmente ontológico e dialeticamente materialista.
Na Seção Científica de Economia o professor apresentou o trabalho “The Search for a Theory of Money”. A teoria do dinheiro desenvolvida por Marx foi, por muito tempo, negligenciada. Contudo, desde a crise financeira iniciada em 2006, inúmeras tentativas de resgate de sua teoria têm sido feitas. O trabalho do professor faz uma introdução crítica aos principais esforços que dominam o debate contemporâneo sobre a construção de uma teoria marxista do dinheiro. A crítica comum a esses esforços parte do pressuposto de que lhes falta uma compreensão da lógica dialética subjacente ao trabalho de Marx, como as noções de posição e pressuposição – trazidas à tona pelas análises do filósofo Ruy Fausto. Somente a compreensão dessa sutileza lógica pode conferir a necessária complexidade a uma Teoria Marxista do Dinheiro que se prenteda capaz de abarcar o fenômeno de uma moeda que há muito rompeu a necessidade de um lastro concreto como o ouro.
novembro 8, 2010 Publicado em: Notícias