Entrevista: Geraldo Ceni Coelho

O professor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Geraldo Ceni Coelho, responde, desde o início do mês de julho, pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão. Na UFFS, vinha desempenhando a docência nas áreas de conhecimento de Botânica e Ecologia. Geraldo Ceni Coelho é graduado em Ciências Biológicas (1989) e Mestre em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995); Doutor em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002). Na Pesquisa, o professor Geraldo tem experiência na área de Botânica e Ecologia Florestal, nos seguintes temas: ecologia química, ecologia florestal e restauração ecológica, sistemas agroflorestais, biologia de espécies arbóreas. Atua no Ensino Universitário desde 1980, com experiência maior em Botânica (Anatomia e Morfologia) e Ecologia Vegetal. Na Extensão, tem experiência em temas de Ecologia, Sistemas Agroflorestais e Educação Ambiental, atuando com comunidades indígenas, agricultura familiar e formação de professores voltada para o Ensino Fundamental. A seguir, o pró-reitor de Cultura e Extensão da UFFS fala um pouco de seus planos e dos desafios pessoais e profissionais à frente da Pró-Reitoria.

A partir de agora, quais as providências a serem tomadas no que diz respeito às áreas de Cultura e Extensão da UFFS?

No momento a prioridade é acompanhar e auxiliar os trabalhos da I COEPE (Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão). Aos poucos, vamos reunindo elementos para planejar o trabalho de 2011, e a COEPE tem muita contribuição nisto, principalmente na Extensão. Também pretendemos aproximar mais a atuação desta nova Pró-Reitoria com os diferentes campi.

Devido às propostas da instituição, os projetos devem seguir alguns critérios específicos?

Penso que a I COEPE também ajudará a nos responder esta pergunta. As vocações da instituição, expressas em boa parte em seu PPI (Projeto Pedagógico Institucional) também são um referencial básico. Entretanto, normativas mais específicas serão amadurecidas ao longo do planejamento da Pró-Reitoria, que deverá ser construído nos próximos meses.

Quais são os principais desafios para um profissional que até agora trabalhou mais voltado à pesquisa, e agora assume um cargo burocrático?

As atividades em uma Pró-Reitoria não se resumem a um papel burocrático, embora também tenham este caráter. Minha experiência na Pesquisa também inclui um trabalho em Comitês Administrativos. É importante não só se ater a questões gerenciais, mas ter também uma visão institucional mais global (de presente e de futuro) e princípios acadêmicos claros e consistentes. Do contrário, o exercício de um cargo como este corre o risco de se tornar estéril. Por outro lado, minha experiência em Pesquisa esteve fortemente ligada à Extensão. A título de exemplo, recentemente publicamos um trabalho que reflete nossa pesquisa em Restauração Ecológica voltada para o meio rural (Restauração florestal em pequenas propriedades: desafios e oportunidades), e este trabalho nasceu e foi crescendo a partir da experiência de extensão junto a produtores rurais, assentados e comunidades indígenas. E foi uma publicação organizada por um ex-aluno meu, ressaltando o impacto sobre o ensino de graduação e a formação de novos profissionais de trabalhos desta natureza. Assim, vejo que a extensão pode alimentar a pesquisa, e vice-versa, além de inspirar o ensino. Também nunca é demais lembrar que, segundo a nossa Constituição Federal, ensino pesquisa e extensão são atividades indissociáveis na Universidade.

Sua experiência e contatos na área de pesquisa podem facilitar o trabalho?

Certamente, e o trabalho de extensão da UFFS tem muito a ganhar com as experiências de outras instituições e de seus profissionais. Minha experiência anterior como Tutor do PET (Programa de Ensino Tutorial do MEC) também me permitiu conhecer experiências interessantes de Extensão Universitária.

Por ser uma instituição que está iniciando, fica mais fácil ou mais difícil implementar os projetos pensados?

Creio que um ponto forte da UFFS é a energia dedicada à Universidade por parte de todos os seus segmentos, corpo docente, discente e técnico-administrativo. Além disso, existe uma comunidade externa torcendo pelo nosso sucesso e participando efetivamente do alcance de nossas metas. Como Instituição nova, podemos propor inovações mais livremente, sem o peso de uma tradição já estabelecida. O que nos coloca diante de uma grande responsabilidade.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Vitório Trevisol (à esquerda), em companhia do pró-reitor de Cultura e Extensão, Geraldo Ceni Coelho, empossado recentemente

julho 8, 2010   Publicado em: Notícias