UFFS conclui fóruns temáticos da Coepe em Erechim

Erechim – A fase de fóruns da I Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão (Coepe) no campus de Erechim da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) chegou ao fim, na sexta-feira (2) com um balanço bastante positivo. As discussões nos 10 fóruns aconteceram em dois dias de intenso trabalho, e devem culminar em contribuições para definições dos rumos da universidade no ensino, na pesquisa e na extensão.
O balanço é dos pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Trevisol, e Graduação, Solange Maria Alves, além da equipe diretiva de Erechim. Para o também presidente da conferência, Joviles, a Coepe está ajudando a construir a identidade institucional da UFFS.
“Estamos muito satisfeitos com o andamento dos trabalhos e com os resultados que a conferência está proporcionando. O envolvimento do campus de Erechim é uma demonstração disso”, avaliou.
A pró-reitora de graduação da universidade concorda. Para ela, a etapa de Erechim foi bem organizada e conseguiu mobilizar a sociedade e a comunidade acadêmica. Ela também elogiou a diversidade de vozes que construiram os debates.
“Estamos colhendo grandes contribuições da comunidade, o que vai resultar em elementos claros e importantes que nos ajudarão a direcionar ensino, pesquisa e extensão”, ressalta.
O diretor do campus de Erechim, Ilton Benoni da Silva, lembra que a I Coepe vem sendo contruída à medida em que o trabalho acontece nos cinco campi. Com isso, a etapa de Erechim – a primeira foi em Chapecó – abriu mais espaços para o debate e colheu das entidades representadas contribuições escritas de histórias e avaliações já feitas em outras reflexões. Ele destacou a importância da troca de experiências entre a sociedade e a comunidade acadêmica:
“A Coepe inaugura, e de forma muito fecunda e vigorosa, a extensão na universidade. A extensão é diálogo cooperativo entre os saberes acadêmico e das organizações da sociedade. Poderemos extrair de toda essa energia, o máximo de problematizações e elementos para formatar minimamente o ensino, pesquisa e extensão”.
Na quinta-feira aconteceram os fóruns “Desenvolvimento Regional, Tecnologia e Inovação” e “Linguagem e Comunicação: Interfaces”. À noite, uma mesa redonda discutiu “Universidade, Conhecimento e Sociedade”, com os professores Jayme Paviani (UCS) e Ilton Benoni da Silva.
Durante a sexta-feira, oito fóruns discutiram os temas: “Agricultura Familiar, Agroecologia e Desenvolvimento rural”, “Gestão das Cidades, Sustentabilidade e Qualidade de Vida”, “Conhecimento, Cultura e Formação Humana”, “História e Memória Regional”, “Juventude, Cultura e Trabalho”, “Energias Renováveis, Meio Ambiente e Sustentabilidade”, “Educação Básica e Formação de Professores” e “ Movimentos Sociais, Cidadania e Emancipação”.
A I Coepe, que tem como objetivos mobilizar a comunidade acadêmica da UFFS, nos seus diferentes campi e áreas de conhecimento, para a definição das políticas norteadoras do ensino, pesquisa e extensão e aprofundar a interlocução com a comunidade regional, visando eleger as agendas prioritárias da UFFS nos campos da pesquisa e da extensão e as suas articulações com o ensino, ainda segue.
Depois dos fóruns já terem acontecido em Chapecó e Erechim, serão realizados em Realeza (13 e 14 de julho), Laranjeiras do Sul (15 e 16 de julho) e Cerro Largo (22 e 23 de julho). Cada campus organizará grupos de discussão sobre os fóruns, formulando, ao fim, um único documento de sínteses contendo os debates, sugestões e propostas vindas dos fóruns. Após, os cinco documentos serão sistematizados em um único volume por uma comissão.
A conclusão da I Coepe será em Chapecó, nos dias 2 e 3 de setembro, com e aprovação do documento final da conferência.

A abertura dos fóruns temáticos da Coepe em Erechim teve, na mesa de honra, a pró-reitora de Graduação, Solange Maria Alves; o diretor do campus de Erechim, Ilton Benoni da Silva; o vice-reitor, Jaime Giolo; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Joviles Trevisol; e o coordenador acadêmico do campus Erechim, Paulo Bittencourt



Desenvolvimento regional, tecnologia e inovação
Um dos assuntos tratados no fórum foi a proposta de universalização do acesso à internet no Brasil. Foram explicadas as possibilidades para que isso ocorra e um pouco mais do que é a proposta do governo federal. Durante o fórum também foi destacado o plano estratégico que vem sendo aplicado na região.



Linguagem e comunicação: interfaces
Durante o fórum de liguagem e comunicação, uma das propostas levantadas foi a criação, pela UFFS, de um banco de dados reunindo amostras de fala e escrita da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, que envolve 396 municípios e 3,8 milhões de habitantes nos três estados do Sul.



Agricultura familiar, agroecologia e desenvolvimento rural
Dentre outros tópicos, durante o fórum foram destacados os desafios da agroecologia: a possiblidade de adoção massiva pelos agricultores, a reorientação do ensino, pesquisa e extensão em Ciências Agrárias, o desenvolvimento de agroecossistemas mais sustentáveis e a transformação de paradigmas.



Gestão das cidades, sustentabilidade e qualidade de vida
Uma das questões abordadas no fórum foi a situação dos moradores das proximidades dos trilhos da estrada de ferro e à margem da BR-153. O Plano Diretor de Erechim também esteve em pauta durante as discussões.



Conhecimento, cultura e formação humana
A contribuição na formação dos artistas da região é uma das propostas de atuação da UFFS. A demanda surgiu nas discussões do fórum, que identificou muitos grupos artísticos ainda sem possibilidade de formação em Erechim e seu entorno.



História e memória regional
A necessidade do trabalho de resgate de documentos e objetos históricos e o valor cultural dos mesmos foi uma das discussões no fórum. Os painelistas também falaram sobre possibilidades de atuações da UFFS nos espaços de memória da região.



Juventude, cultura e trabalho
A inclusão social dos jovens, mediante a criação de espaços de expressão cultural e desenvolvimento de políticas públicas inclusivas na esfera da agricultura familiar foram alguns dos tópicos discutidos. Os painelistas oriundos dos movimentos sociais da região expuseram as linhas gerais de ação das instituições que representam, bem como as pautas específicas que demandam da universidade.



Energias renováveis, meio ambiente e sustentabilidade
O fórum teve como característica fundamental o aprofundamento de discussões sobre como a universidade e a sociedade, de forma integrada, podem produzir conhecimentos que contribuam para o uso sustentável dos recursos naturais. Os principais temas abordados foram: alternativas de produção de energias renováveis, eficiência na gestão de resíduos e estratégias de avaliação de impactos ambientais.



Educação básica e formação de professores
O fórum procurou problematizar as relações entre universidade e escola, diagnosticar as demandas da escolarização local e questionar as múltiplas demandas da escola contemporânea. Também procurou-se examinar os tensionamentos existentes nas políticas e práticas de educação básica, sobretudo quanto aos conceitos de qualidade e de democratização no que se refere à formação de professores.



Movimentos sociais, cidadania e emancipação
As discussões do painel Movimentos Sociais, Cidadania e Emancipação produziram uma reflexão crítica acerca das ações sociais na sociedade brasileira contemporânea, verificando atuais tensões, conflitualidades e avanços e/ou estagnações inerentes às práticas dos atores sociais em seus processos de construção da cidadania.

Fotos: Lilian Simioni

julho 12, 2010   Publicado em: Notícias