Aula Magna celebra os primeiros dias de funcionamento da UFFS

A noite do dia 16 de abril vai ficar marcada na história da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) como o dia em que a instituição celebrou as suas primeiras semanas de funcionamento pleno. Aos poucos, o Salão Nobre Nelson Galina do Centro de Eventos de Chapecó foi sendo tomado por autoridades, dirigentes, pessoas da comunidade e servidores da UFFS, muitos vindos das quatro cidades que complementam a estrutura multi-campi da instituição (Erechim e Cerro Largo no RS; Realeza e Laranjeiras do Sul no Paraná).  A mesa de recepção aos convidados foi composta pelo reitor da UFFS, Dilvo Ristoff, pelo vice-reitor da UFSC, Carlos Alberto Justo da Silva e pelos pró-reitores da UFFS. Na Tribuna de Honra, sentaram-se autoridades, dirigentes e o representante do MEC. Já para compor a Cátedra foram convidados os diretores de campus e o grande convidado da noite, o ex-ministro da Educação e da Justiça, Tarso Genro.

Em seu pronunciamento de boas vindas, o reitor da UFFS, Dilvo Ristoff, disse que a ocasião era propícia para “celebrar os primeiros dias de vida da UFFS, legado que deverá se estender por muito tempo”. Fez questão de mencionar, usando de metáfora, que “as pedras que sustentam a estrutura da universidade são as pessoas”. Em seguida, o reitor informou alguns dados à  platéia, entre eles o de que 91% dos alunos matriculados são oriundos de escolas públicas, 56% das famílias ganham até três salários mínimos e de que, em 87% dos casos, esta é a primeira geração da família a frequentar uma universidade.  Depois, justificou o convite a Tarso Genro afirmando que ele “ foi o grande responsável, quando estava a frente do Ministério da Educação, pela democratização do ensino público superior, ao mesmo tempo em que fez questão de levar em frente o projeto de interiorização das universidades públicas brasileiras”.

Ex-ministro Tarso Genro proferiu Aula Magna

Com o tema “Democracia e Justiça de Transição”, Tarso Genro fez uma retrospectiva do período de transição do Regime Militar para a retomada do processo democrático, a partir da metade da década de 1980. Segundo o ex-ministro da Justiça, nesse período de exceção houve uma “degola de lideranças que hoje teriam 50, 60 anos e que provavelmente estariam na vanguarda de movimentos e entidades brasileiras”.  Esse período de transição para a democracia, conforme Tarso Genro, envolveu as elites da sociedade do período, bem como integrantes do antigo regime, o que acabou deixando um “passivo doloroso para a sociedade”. Como aspecto negativo, citou o que chamou de “memória não revelada” e as discussões em torno da Lei de Anistia. “É uma debilidade a sociedade não conhecer quem cometeu crimes no regime militar”, opinou, emendando que “o direito à memória não é um capricho de um partido ou de um governo”.  Aos alunos, deixou a mensagem: “O destino de vocês será traçado pelo tipo de relação que vocês terão dentro da academia.”

abril 19, 2010   Publicado em: Notícias