Quem é quem – Solange Maria Alves

Desta vez no quadro “Quem é quem” da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o servidor em destaque é a pró-reitora de Graduação, Solange Maria Alves.
A pró-reitora de Graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Solange Maria Alves, possui Graduação em Pedagogia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1991), Especialização Em Educação Especial pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1994) e mestrado em Educação pela Universidade Estadual do Centro Oeste (1998), com área de concentração em Metodologia de Ensino. Doutorado em Educação com área de concentração em psicologia e educação, pela FEUSP – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Foi professora titular da Universidade Comunitária Regional de Chapecó e consultora educacional – Secretaria de Estado da Educação e do Desporto de Santa Catarina. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Teorias da Instrução, atuando principalmente nos seguintes temas: aprendizagem, desenvolvimento humano e educação na concepção sócio-histórica, prática pedagógica, método dialético de construção do conhecimento. Experiência com coordenação de curso de pedagogia, coordenação de núcleo de apoio pedagógico, assessoria pedagógica na construção de Projeto Político Pedagógico aos cursos de Medicina, Nutrição, Fisioterapia e Odontologia da Unochapecó, formação para a docência na educação superior em caráter permanente.

Como está sendo coordenar uma pró-reitoria tão exigida neste primeiro momento? Quais foram as principais dificuldades?
Um grande desafio. Como dizemos, estamos construindo a ponte e andando nela ao mesmo tempo. Organizamos um movimento pedagógico, por assim dizer, onde cada curso, com a participação ativa dos docentes, retomou, estudou, qualificou a proposta inicial Projeto Pedagógico do Curso – PPC. Damos os primeiros passos para a organização de uma política de avaliação do processo de ensino e de aprendizagem que, seguramente, precisará ser revista, mas já nos aponta um horizonte mínimo sobre a importância da avaliação como ato diagnóstico e de tomada de decisões no processo pedagógico. Organizamos os PPCs para registro no e-MEC e temos as aulas em pleno andamento. Em que pesem as dificuldades de articulação dadas pelo fato de sermos uma universidade multi-campi, é preciso registrar o esforço de cada docente e técnico, envolvidos e comprometidos com a revisão dos PPCs em todos os campi da UFFS. Conhecer, compreender a proposta institucional, assumi-la e comprometer-se com o sucesso pedagógico da UFFS tem sido a atitude preponderante do coletivo de profissionais da UFFS. Sem isso, a PROGRAD não tem vida. Se, por um lado, enfrentamos dificuldades com a estrutura necessária ao andamento das aulas nos primeiros dias, por outro, testemunhamos o empenho de pessoas que, ao carregar móveis, limpar mesas e cadeiras, encaminhar e atender pessoas, sustentar idas e vindas para a revisão participativa dos PPCs, foram dando a cara e, já aí, fazendo o projeto político institucional se materializar na ação solidária como marca UFFS.

Uma projeção do trabalho para os próximos meses. O que poderá ser melhorado e o que está caminhando como o esperado.
Temos muito a melhorar. Damos os primeiros passos, agora é preciso seguir em frente. No horizonte da PROGRAD, temos a implementação de uma política forte de formação continuada para a docência na educação superior, a organização de um logística ótima para o estágio não-obrigatório e o obrigatório, o fortalecimento dos coletivos de docentes e discentes para o aprofundamento das propostas pedagógicas dos cursos e do currículo institucional, e, neles, a articulação fundamental entre ensino, pesquisa e extensão, apoio às políticas de assistência estudantil articuladas pela secretaria de assuntos estudantis, atendimento às demandas das diretrizes curriculares nacionais e das políticas para a educação superior como: PNAES, SINAES, PARFOR, entre outros. No âmbito especifico da UFFS, temos a 1ª COEPE – Conferência de Ensino, Pesquisa e Extensão, que deverá nos ajudar na definição das políticas relativas ao tripé acadêmico que é a atividade fim da universidade. Ou seja, o movimento continua. Precisa ser conduzido de modo a se fortalecer. O que só é possível com um coletivo atuante, comprometido, presente e em atividade em todos os campi na figura dos diretores da PROGRAD, dos coordenadores acadêmicos, dos coordenadores de curso, dos docentes e em cada técnico administrativo atuante no desenvolvimento da política pedagógica da UFFS.

Profissionalmente, como está sendo a experiência?
Frequentemente me indago sobre o desafio de estar à frente desse processo. A resposta vem, no mais das vezes, carregada de alegria e comprometimento. A UFFS traz uma marca que a distingue de outras IFES. Ela é fruto de uma longa e perseverante luta dos movimentos sociais, como bem enfatizou o ministro da educação Fernando Haddad. E, como sublinha nosso reitor, professor Dilvo Ristoff, a UFFS nasce sob o signo da democracia, como universidade pública e popular, focada na proposição e no fortalecimento de políticas para o desenvolvimento sustentável e solidário da região da fronteira sul, sem que isso signifique uma redução de ordem geográfica, cultural ou política. Uma universidade inclusiva que, desde seu primeiro processo seletivo, inverte a lógica de acesso e coloca em seu pátio 91% de estudantes oriundos de escolas públicas. Isso nos dá um sinal de batismo e nos coloca em alerta permanente. Aqui, nesta região, nasci, cresci e me constitui profissionalmente. Como muitos estudantes da UFFS, também venho de família pobre, também estudei em escola pública e também tive, na minha caminhada, a presença de muitas pessoas e muitos processos que me constituíram pessoal e profissionalmente. Conheço o sentido que essa universidade tem para essa população e me sinto profundamente honrada de poder contribuir com essa história.

A professora Solange Maria Alves é pró-reitora de Graduação da UFFS

junho 11, 2010   Publicado em: Notícias